ARC changerÉ difícil traduzir em palavras tamanha emoção. Na terceira edição do “Change IT”, estes encontros criativos, que desejam provocar a verdadeira transformação dentro de cada um de nós, o sentido cumpriu-se em todos os momentos. O tema “Ter Coragem – O que não nos mata torna-nos mais fortes”, forçou naturalmente a limpeza de ideias feitas e a necessidade de colocarmos o dedo nas nossas feridas, nos medos, nas opiniões ou no dizer que sim, em vez do desejado não.

Foram muitas as viagens e partilhas, numa corrente generosa e genuína sobre aquilo que defendemos como nosso, sobre aquilo que nos torna mais ou menos corajosos. O lugar do arriscar, de falar de Amor, de identificarmos a nossa ousadia e sermos capazes de a levar em diante. Nestes dias de mudança, tudo se tornou real e irremediável.

As experiências dos Changers, com todos os presentes, elevaram a fasquia das emoções à flor da pele durante as duas horas de convívio. José Eduardo Agualusa, no seu jeito afectuoso, falou-nos sobre a capacidade da lagarta se transformar em borboleta. E desses voos apenas serem fruto do seu próprio combate perante o casulo. Tal como nas palavras da inspiradora Isabel Empis, que defendeu a urgência em reconhecermos que não somos os acontecimentos da nossa vida, mas sim a nossa relação com esses acontecimentos. E é nessa Coragem que reside a nossa verdade. Compreendi com clareza a importância do nosso auto-conhecimento, do respeito por aquilo que somos verdadeiramente, sem interferência do sistema imposto. Seremos mais ou menos felizes, na proporção desse mesmo respeito. De fazermos aquilo que nos move e que nos apaixona. A contagiante Fernanda Freitas referia ao longo do encontro várias ideias arrebatadoras. Fica sempre a sensação do privilégio de poder estar perto destas almas transformadoras. Falou sobre aqueles que desejam mesmo a mudança e que arranjam maneira de a concretizar e daqueles que não a desejam profundamente e que arranjam sempre desculpas. E se focamos o aspecto da coragem intrínseca ao nosso ser, Marie France Carrondo também acrescentou algo de marcante. O espaço que colocamos para o respeito do outro, para as dinâmicas da vida, para o respirar da nossa essência mais profunda.

 

Neste “Change IT” a partilha alcançou proporções envolventes e que respiraram o espírito de comunidade, de movimento para a mudança positiva. Lágrimas caíram, vozes fizeram-se ouvir, histórias, vidas, paixões, viagens, experiências, encontros…e a mudança. Esse forte motor de arranque perante as adversidades, ou o dia mais cinzento que vivemos. Nada mais faz sentido, se não for realmente sentido. Forcem-me a ver a verdade, dir-vos-ei que sou mais feliz assim. Rodeada desta humildade, desta sincera entrega aos outros e aquilo que nos preenche por dentro. Mas com uma ideia muito presente e muito real. A de que estes encontros serão sempre mais do que aquilo que se sente, porque promovem a necessidade urgente dos portugueses dos dias de hoje. E a Mudança fica mesmo à distância de um “Change IT”.

Muito obrigada a todos os que estiveram presentes e que já fazem parte deste lindo movimento. Empurram o caminho para as boas escolhas. E aqueles que ainda não descobriram o projecto, fico à vossa espera. E se Aristóteles disse um dia que “A Coragem é a primeira das qualidades humanas, porque garante todas as outras”, talvez seja bom repensarem aquilo que realmente vale a pena. E sejam Changers das vossas vidas.

Ana Rita Clara

Change it #3

 

JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
“Temos de ter paixão pelo que fazemos, isso é o caminho certo para criarmos algo fascinante.”
“A escrita também um acto de Coragem.”
“Primeiro a lagarta sonha que voa, depois ganha asas. Há sempre uma lagarta no passado de uma borboleta.”
FERNANDA FREITAS
“Já mudei de cidade, de trabalho, de casa…e, a cada mudança, tudo à minha volta muda. Pode até nem ser fácil, mas tem valido muito a pena…”
“Quem quer mudar, muda. Quem não quer, arranja desculpas.”
“Sou frontal nas palavras que digo e sei que a mudança é o único caminho.”
ISABEL EMPIS
” Somos donos das nossas reacções às nossas emoções, porque não somos os acontecimentos da vida, mas sim a nossa relação com eles.”
“Somos ensinados, formatados, desde que nascemos. Mas o Ser Humano não pertence a caixas e formatos. Mas sim à sua própria liberdade. Paramudar e Ser verdadeiramente feliz.”
MARIE FRANCE CARRONDO
“Toda a minha vida mudei, porque vim para Portugal há mais de 33 anos. E sinto que essa mudança entrou naturalmente na minha forma de ser e me fez bem.”
“Sinto que muitas vezes, as pessoas têm receio em Mudar. Não percebo porquê. Quando chegamos aos 50 anos, ainda continuamos a querer mudar.”

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